No último sábado, em Curitiba, o PTN reuniu seus filiados para apresentar o projeto de mudança do nome e a nova forma de interação com a população. Rafael Rocha, coordenador do projeto, ministrou palestra e destacou que o Podemos irá atuar baseado em três eixos: democracia direta, transparência e participação. E com um slogan convidativo ao coletivo: Juntos, Podemos Mudar o Brasil!
O evento foi dirigido pelo presidente estadual do PTN, José Elizeu Chociai, e contou com a participação do vice-prefeito eleito de Curitiba, Eduardo Pimentel, do presidente estadual do PTC, Ulisses Sabino, vereadores eleitos e dirigentes municipais do partido.
Dia 10, lançamento oficial do Podemos, um novo conceito na política nacional
Enquanto o Congresso ainda discute o descrédito da atividade política e a desconfiança popular aos políticos, o PTN muda o nome e reposiciona-se como um partido onde quem decide é o cidadão. A iniciativa vai dar novos rumos à democracia brasileira, cuja classe política peca por não ter noção que seus atos afetam a vida de muitas pessoas e que precisam ser repensados. O lançamento oficial acontece no próximo dia 10 de dezembro, às 14h, no auditório Elis Regina, Centro de Convenções Anhembi (SP). Dia 21/11, em Brasília, foi realizado a pré-convenção partidária, com a presença de deputados federais e estaduais, presidentes estaduais, prefeitos e dirigentes regionais do partido e o presidente de honra do PTN, José de Abreu.
O primeiro passo é a mudança de nome, deixa de ser Partido Trabalhista Nacional e passa a ser Podemos, que, segundo seus representantes, não atuará como o homônimo espanhol, que se apresenta como oposição ao governo. A escolha do nome vem do desejo da população de fazer parte do processo político e foi inspirado no slogan de Barack Obama na campanha em 2008: yes, we can (sim, podemos). “Nossas bandeiras serão democracia direta, participação e transparência. As causas serão sempre decididas com a população”, explica a deputada federal Renata Abreu, 34 anos, presidente nacional do PTN, que diz ter entrado para a política ao sentir que os gritos nas ruas não ecoavam nos corredores do poder.
O Podemos surge da iniciativa de um grupo de jovens idealistas em busca um novo sistema político no Brasil, que atravessa forte crise de representatividade política, pautando o noticiário desde os primeiros protestos populares, em 2013, e que teve forte demonstração do descontentamento dos brasileiros nas recém-encerradas eleições municipais, com mais de 30% do eleitorado optando por votos nulos, brancos e por abstenções. São universitários, professores, profissionais autônomos e até jovens políticos em pleno mandato eletivo. Muitos deles entraram para a política ao perceberem que só gritar nas ruas não faria com que a classe política desse as respostas sobre o que não funciona, sobre a crise de corrupção ou sobre a crise econômica. Lá dentro, dizem eles, puderam constatar a muralha existente entre governantes e governados, que se ergue a cada eleição, criando uma desconexão entre os desejos dos cidadãos e o que fazem seus representantes eleitos. Um mundo com fórmulas de governança ultrapassadas, que não cabem mais nos dias de hoje.
Há tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado dezenas de propostas de mudanças na política, mas todas muito longe do consenso e, principalmente, bem distantes dos brasileiros, incluindo esses jovens idealistas, que, a partir das manifestações de ruas em 2014, encontraram no PTN campo fértil para se reunir e iniciar estudos e pesquisas sobre o sistema político do país e de outras democracias no mundo, que resultaram numa fórmula de fazer política que proporcionará enormes avanços no Brasil, estimulando a participação do cidadão.
A proposta do Podemos se mostra bastante interessante, porque abre enorme expectativa na sociedade, que se vê diante de um sistema político complexo, confuso e impenetrável à participação direta da população. O Podemos se propõe a ser o primeiro partido brasileiro, literalmente, de iniciativa popular, sem esquerda, nem de direita, nem oposição, nem governo, mas para frente. “O que a maioria da população decidir será defendido pelo Podemos”, garante Renata Abreu.
Para Igor Soares, deputado estadual e prefeito eleito na cidade de Itapevi, o crescimento do partido se deve porque houve um trabalho liderado pela presidente Renata Abreu visando a recomposição da sigla, com novos políticos, para atender as mudanças desejadas pela população. “As transformações internas realizadas nos últimos anos, que culminam na mudança do nome PTN para Podemos, certamente são para atender o clamor do povo nas ruas e nas urnas, que pede mudança”.
Rogério Lins, vereador e prefeito eleito na cidade de Osasco, o PTN sempre foi um partido que caminhou ao lado da sociedade e agora, como Podemos, estará mais próximo ainda, trazendo o cidadão para dentro do poder.
Valendo-se do mundo tecnológico, o Podemos pretende fazer uso de aplicativos e outras ferramentas digitais para compartilhar com o cidadão as questões a serem discutidas. A internet passa a ser o endereço digital do partido, permitindo, assim, uma maior participação popular nos processos de decisão política e com acesso a mais informações sobre os políticos no poder.
Projetos de iniciativa popular
Em princípio, a atuação direta com o povo será em âmbito federal, e, posteriormente, as metas passam a ser expandidas para os campos estadual e municipal. Uma das ações práticas já divulgadas pelo Podemos diz respeito a projetos de lei de iniciativa popular. Qualquer cidadão que propor um projeto de lei na plataforma digital do partido, e que receba em nível nacional 50 mil apoiadores, um parlamentar federal do Podemos é obrigado a protocolar, desde que a proposta seja constitucional, não atente contra os valores básicos da sociedade e nem tenha vício de iniciativa. Hoje, um projeto de iniciativa popular exige a apresentação de um abaixo-assinado à Câmara dos Deputados, subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. Isso significa conseguir em torno de 1,3 milhão de assinaturas. Outra ação divulgada pelo Podemos é que a população passa a ter a oportunidade de orientar a bancada do partido nas principais questões em discussão na Câmara dos Deputados.
Calcado nas bandeiras de democracia direta, transparência e participação, o Podemos nasce com expressiva base de representatividade, 13 deputados federais, 33 prefeitos recém-eleitos, além de deputados estaduais e de vereadores nas principais casas legislativas do país. E com um slogan convidativo ao coletivo: Juntos, Podemos Mudar o Brasil!
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