O Instituto Datafolha realizou uma pesquisa que mediu a “inclinação ideológica” no País, mostrando o crescimento do apoio entre os eleitores às ideias identificadas com a esquerda no espectro ideológico. O Instituto fez 2.771 entrevistas de 21 a 23 de junho deste ano. A comparação foi feita com uma pesquisa semelhante realizada em 2014.
Antes de comentar sobre a pesquisa vamos ver o que é esquerda e o que é direita.
Segundo o filósofo, escritor e senador vitalício italiano Norberto Bobbio, a esquerda visa, essencialmente, promover a igualdade entre os seres humanos, lutando por mudanças sociais. Para a direita, a desigualdade seria algo natural, intrínseca aos homens, portanto, bastaria a “meritocracia”, o esforço individual, para promover aqueles que merecem.
Voltando a comentar sobre a pesquisa do Datafolha, sabemos que o instituto considerou cinco grupos ideológicos: esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita e direita. Realizada pela primeira vez em setembro de 2014, a pesquisa mostrava mais pessoas identificadas com a direita (13%) do que com a esquerda (7%) no país. Agora, as duas posições estão empatadas, com 10% cada e as pessoas que se identificam com a ideologia de centro-esquerda chega aos 31%, seguida pela de centro-direta onde atinge 30%. Vinte por cento dos eleitores foi agrupado como centro; juntando esquerda e centro-esquerda chegamos há 41% da população brasiliera.
Observei alguns dados da pesquisa onde pude constatar por exemplo, que caiu de 37% para 21% a parcela dos que acreditam que a pobreza seria resultado de preguiça, a aceitação de migrantes pobres subiu de 63% para 70%, 53% da população brasileira apoia as leis trabalhistas ante 52% em 2014, alta de 36% para 41%, na avaliação de que "a maior causa da criminalidade é a falta de oportunidades iguais para todos", a posição de que "não cabe à Justiça matar uma pessoa, mesmo que ela tenha cometido um crime grave", passou de 52% para 55% e passou de 66% para 76%, entre 2014 e 2017, a avaliação de que "o governo deve ser o maior responsável por investir no país e fazer a economia crescer".
A análise da matriz de comportamento mostra que as mulheres aceitam mais os ideais de esquerda do que os homens, considerando de forma conjunta as parcelas de esquerda e centro-esquerda, há diferença significativa entre homens (25%) e mulheres (37%) neste grupo. Entre os mais jovens, a esquerda abrange 44%, e cai conforme o avanço da faixa de idade (varia de 26% a 27% nos três segmentos acima de 35 anos).
Mesmo com a imprensa conservadora atacando as ideias de esquerda dia e noite, sem nenhuma trégua, a pesquisa do Datafolha revela a capacidade das pessoas em pensar por si próprias, quando cotejam suas vidas com a realidade.
Aliás, esta coluna não tem a intenção de fazer a defesa do PT , mas sim em mostrar para o amigo leitor as ideias de esquerda, que o PT defende, que são aquelas que combatem por um mundo mais justo, mais igualitário e mais democrático.
Daniel Tornesi: Jovem, contador e político.
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