Na sexta dia 08 o ministro Luiz Fux, do STF, homologou o que pode ser a maior delação da política paranaense, que liga o governador Beto Richa(PSDB) a desvios em obras de escolas, com a decisão do ministro, a delação de Eduardo Lopes de Souza dono da construtora Valor, poderá ser usado nas investigações decorrentes da Operação Quadro Negro, esta que liga diretamente a cúpula do governo a casos de corrupção.
A empreiteira Valor está envolvida em um esquema de desvios de recursos públicos de obras de construções e reformas em escolas estaduais do Paraná. Segundo a delação de Eduardo Lopes, o dinheiro abasteceu a campanha de reeleição do governador Beto Richa (PSDB).
Os colégios que foram prejudicados são os seguintes:
*Campina Grande do Sul
Colégio Estadual Ribeirão Grande - O governo estadual pagou R$ 3.377.804,66 para a construtora, mas 6,8% da obra foi construída. O colégio poderia atender 1,8 mil alunos.
Colégio Estadual Jardim Paulista - Foram pagos pelo governo à construtora R$ 4.531.309,39 que atenderia 1,8 mil alunos, teve 10,35% da obra construída.
*Cornélio Procópio
Colégio Estadual William Madi - O governo pagou inicialmente R$ 3.919.869,10. O contrato também teve um aditivo pago no valor de R$ 974 mil. A obra da escola em Cornélio Procópio, no norte do Paraná, previa a construção de 14 salas de aula, refeitório e biblioteca para atender 1,2 mil alunos. Porém, menos de 5% do total foi construído.
*Rio Negro
Colégio Estadual Lysimaco Ferreira da Costa - A unidade escolar teve 40,9% da obra construída pelo valor de R$ 3.344,653,67.
*Coronel Vivida
Colégio Estadual Tancredo Neves - Com menos de 9% da obra concluída, a escola no sudoeste do Paraná, teve investimento de R$ 3.890.464,58 por parte do governo estadual, o colégio atenderia 500 alunos.
*Santa Terezinha de Itaipu
Colégio Estadual Arcângelo Nandi - Parada desde 2015, a obra da escola em Santa Terezinha de Itaipu, no oeste do Paraná, custou R$ 3.736.936,34. Outra licitação para conclusão chegou a ser aberta, mas um erro no edital não permitiu a continuidade. O governo liberou R$ 87 mil neste ano para reformar o prédio no qual a escola para 400 alunos funciona atualmente.
*Curitiba
Colégio Estadual Amâncio Moro - O governo pagou R$ 2.893.920,65, mas o MP apontou que houve superfaturamento na construção, que tem bancos quebrados, vazamentos e materiais de baixa qualidade.
No acordo, o empreiteiro se comprometeu a apresentar provas de tudo o que disse e entregar bens, para, em troca, não ser preso e permanecer com tornozeleira eletrônica por dois anos, algo muito comum hoje no Brasil, já que não importa o quanto você roubou, se você entregar quem estava com você na roubalheira você ficará livre e poderá aproveitar a vida.
O dono da construtora Valor detalhou que o ex-diretor da Superintendência de Educação Maurício Fanini, preso nesse sábado 16, era um dos operadores do esquema e teria dito que esperava arrecadar R$ 32 milhões com os desvios, para financiar via caixa dois a campanha de Richa, em 2014, dinheiro esse que foi desviado das escolas dos filhos dos paranaenses, o que é não tem perdão, pois com educação e saúde não se brinca.
"O grosso dos valores”, segundo palavras de Eduardo, foi desviado diretamente por meio de repasses feitos em dinheiro a Fanini, em 2014. O dinheiro foi repassado pessoalmente por ele, que usou mochilas, lembrei do ex ministro do Michel Temer, Geddel e suas malas com 51 milhões de reais, e caixas de vinho, para transportar os maços de cédulas. O construtor relatou que chegou a perguntar ao ex-diretor da Superintendência da Educação se os valores estavam mesmo indo para a campanha de Richa. Fanini teria confirmado que os repasses estavam indo para a campanha do governador.
Além de Richa, a delação também atingiu outros integrantes da cúpula política do Paraná. O empreiteiro envolveu o atual presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB) o secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni (PSDB) e o deputado Plauto Miró (DEM) na denuncia de ter recebido propina.
Segundo Lopes de Souza o deputado Ademar Traiano(PSDB), ao ver a mala com dinheiro teria perguntado se "não poderia dar mais para ele", tambem relatou que Valdir Rossoni (PSDB) quando encontrava ele dizia "tem coisa boa para mim?"
O dono da Valor afirmou aos procuradores, que o “Governador deu o ok ao pagamento dos aditivos durante uma partida de tênis” com o ex-diretor da Surperintendência Maurício Fanini.
Tudo isso é um relato triste do que as pessoas que governam o estado estão fazendo com a educação do Paraná.
(Daniel Tornesi, jovem político e contador).
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