Quem nunca ouviu dizer que o ano no Brasil só começa depois do Carnaval? Lamentável acreditar, e não podemos levar esta sandice ao pé da letra, afinal, o mundo todo está circulando e o País tem que acompanhar o desenvolvimento econômico, social e político. O ano de 2014 começou nos reavivando de que é um período ainda mais reflexivo por ser ano eleitoral; certamente decisivo para a administração pública - e o nosso Paraná já está atento a este cenário que se aproxima. Não posso deixar de desejar um ano repleto de realizações e com muita vontade de fazer acontecer, adequar, mudar, estruturar. E é com este espírito e dedicação que atuo à frente da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Paraná (SRTE/PR), contando sempre com a participação - direta e indireta - de todos os servidores e colaboradores. Assim, a jornada persiste e os assuntos voltam à tona e a todo vapor. Na SRTE/PR debatem-se metas a curto e longo prazo, embasadas também nas realizações anteriores, apontando acertos e falhas. A filosofia de aperfeiçoar predomina. Destacamos o acompanhamento dos empregos formais gerados mensalmente e quais setores são responsáveis em ativar o mercado. O panorama da Economia Solidária chama a atenção, pois ganhou adeptos justamente por promover a geração de trabalho e renda através do princípio de autogestão, valorização social do trabalho, solidariedade e bem viver.
A modernização da prestação de alguns serviços de atendimento à população via web do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) está agradando a sociedade, pois otimiza tempo e custo, assim como a priorização da legislação para coibir qualquer tipo de exploração de mão de obra. São estes alguns dos fatores pontuais e que interferem na rotina do mercado de trabalho; os quais estamos atentos e incentivamos a capacitação profissional dos trabalhadores – diferencial no modelo competitivo.
As tarefas da Superintendência me consomem no sentido de querer solucionar as demandas trabalhistas e também a gama de assuntos que se correlacionam. E como tenho o costume de defender alguns temas, agora me sinto um pouco mais à vontade para fazer uma retrospectiva da minha vida pública; na qual protagonizei certas discussões e que hoje ainda estampam os veículos de comunicação.
Ano passado redigi um artigo abordando a criação de novos municípios no Paraná e comentei que seria uma atrocidade. Não estava tão equivocado, pois há alguns dias foi publicada uma matéria sobre as conseqüências deste acréscimo de municipalidade. A afirmação de que os municípios menores estão sendo mais sacrificados desvenda a realidade. Nunca quis jogar um balde de água fria, mas, como já circulei muito pelo nosso Estado, consigo diagnosticar alguns contrapontos desta regulamentação. Como havia ressaltado, ao invés de instituir novos municípios, o ideal seria debater sobre a estruturação dos municípios já existentes e questionar pontos como: prestação de serviços públicos, moradia, mobilidade urbana, educação, saúde.
Não sou vidente e nem pessimista, mas é previsível e notório que o meio ambiente sofre com agressões externas; humanas. Sei que a chuva “transborda” do céu e a sua ausência pode acarretar em falta de água - como já acontece - e este ano o verão não está dando trégua, e as altas temperaturas estão alimentando o tempo seco. Neste sentido, acredito que se preservarmos o que a natureza já fez e ainda irá fazer, podemos sim ajudar. Com esta linha de raciocínio é que criei a Lei do ICMS Ecológico, em busca de estados mais verdes, recursos estes que podem amenizar problemas da atualidade; o efeito estufa, entre outras peculiaridades.
Devemos aproveitar que ainda estamos em fevereiro, após a euforia das festas de final de ano e perspectiva para a folia carnavalesca, para arregaçar as mangas e focar na evolução humana e social, econômica e política. Agora é para refletir, pois falar é fácil e difícil mesmo é concretizar...
Neivo Beraldin,
Ex-deputado estadual (6 legislaturas) e superintendente do Trabalho e Emprego / PR
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